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Millor Fernandes

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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Uma mãe muito coruja, professora de português, culinarista por opção, cake designer por paixão, alguém que ama dançar, um coração bom e sensível, uma personalidade muiiito forte, enfim, bem comum! Rsrsrsrsrs (A doting mother, a Portuguese teacher, cake designer,someone who loves to dance, a good heart, sensitive, a very strong personality, well, an ordinary person! Hehehehehe) Comment, even strangers. You are always welcome!

sábado, 3 de março de 2012

Estou de volta!!!!!

Olá, amigos!

Andei sumida, mas estou voltando com tudo!

Muitos beijos!!!!!


Receita de mulher


As muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental. 
É preciso que haja qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture em tudo isso (ou então que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República [Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível. É preciso que tudo isso seja belo. É preciso que, de súbito, tenha-se a empressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.


É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche no olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso que tudo seja belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas lembrem um verso de Eluard e que se acaricie nuns braços alguma coisa além da carne: que se os toque como ao âmbar de uma tarde. 
Ah, deixai-me dizer-vos que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos, então, nem se fala, que olhem com certa maldade inocente. Uma boca fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência.


É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos despontem, sobretudo a rótula no cruzar das pernas e as pontas pélvicas no enlaçar de uma cintura semovente.


Gravíssimo é, porém, o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras é como um rio sem pontes. Indispensável que haja uma hipótese de barriguinha e, em seguida, a mulher se alteie em cálice, e que seus seios sejam uma expressão greco-romana, mais que gótica ou barroca e possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de 5 velas.
Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal!


Os membros que terminem como hastes, mas bem haja um certo volume de [coxas e que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem. No entanto, sensível à carícia em sentido contrário.


É aconselhável na axila uma doce relva com aroma próprio. Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!)


Preferíveis sem dúvida os pescoços longos, de forma que a cabeça dê por vezes a impressão de nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre flores sem mistério. 
Pés e mãos devem conter elementos góticos discretos. 
A pele deve ser fresca nas mãos, nos braços, no dorso e na face, mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferior a 37° centígrados, podendo, eventualmente, provocar queimaduras do 1° grau. 
Os olhos, que sejam de preferência grandes e de rotação pelo menos tão lenta quanto a da Terra; e  que se coloquem sempre para lá de um invisível muro da paixão que é preciso ultrapassar. 
Que a mulher seja em princípio alta ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros.


Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que, se se fechar os olhos, ao abri-los, ela não mais estará presente com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá e que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber o fel da dúvida. 
Oh, sobretudo, que ela não perca nunca, não importa em que mundo, não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade de pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma, transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre o impossível perfume; e destile sempre O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina do efêmero; e em sua incalculável imperfeição, constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação inumerável. 





Vinícius de Moraes